Estamos em casa, em casa, em casa. Nem acredito. No último final de semana até que tive bastante folga: a babá do Erik me substituiu no hospital de sexta pra sábado, e o Edson foi ficar com ele de sábado para domingo. Pude aproveitar um pouco do final de semana com minha prima, Luciana, que veio me visitar, e curtir um pouquinho da Elena (chorosa, manhosa, carernte). Tomamos vinho, conversamos até dizer chega, dormi na minha cama, tomei água de côco no quiosque, comi japonês e tomei banho no meu banheiro. Grandes luxos. Elena foi ao teatrinho no Shopping Barra World, passeou com a dinda e a mamãe. Comprei duas blusinhas e uns óculos escuros. Chorei no colo da Lulu, desconsoladamente. Ando muito sentimental, tipo copo d'água quase transbordando. Se alguém me olhar com simpatia, se uma música disser um verso mais inspirado, se a notícia do rádio envolver alguma tragédia, choro de ficar inchada, soluço sozinha enquanto dirijo... Foi bom ter companhia e a sensação de que podia chorar, dar uma "desabada".
Durante a internação, sonhei que ia ao dermatolgista mostrar umas manchas que tenho na perna e na barriga, que andam se acentuando nos últimos meses. No sonho, o dermatologista olhava para mim e carimbava um cartão azul, dizendo "Isso é caso de Inca". Ele estava me dando uma matrícula no Inca, o que significa ter um diagnóstico de câncer. Pavor, medo. Na verdade, meu diagnóstico destas manchas tem 20 anos: trata-se de uma esclerodermia de placas, uma doença autoimune. Meu corpo se autoagride. Piora em situações de estresse. Amanhã, 4a feira, vou a um médico ortomolecular, que me pediu mais de 70 exames e promete tratar do equilíbrio do meu corpo, reforçando meu sistema imunológico. Vários indicadores estão alterados nos exames e ando com medo de estar doente. Mas não há de ser nada. Só estresse.
No domingo, quando fui substituir o Edson logo cedo no Inca, em seguida à sua saída, chegou o médico do Erik, Dr. Alexandre Apa, e nos deu alta. Está tudo bem com nosso bebê. Teve um pouco de dificuldade em eliminar as toxinas do MTX e tomou um remédio para ajudar a metabolizar, mas fora isso está bem, muito bem disposto, afetuoso, brincalhão e risonho. No hospital todos o conhecem - ele grita de feliz, quase não se vê o Erik chorando. Difícil era contê-lo no berço, cheio de energia e com o acesso do soro... Nossa próxima ida ao Inca é só 5a feira, para exame de sangue e se Deus quiser, antecipação da consulta com o médico. Daí definiremos o próximo bloco, provavelmente dia 03/10, semana que vem, com mais uma internação, que se Deus quiser, será a última!
Com a alta, pudemos voltar para casa e ainda aproveitar o final de domingo em família. Estava com muita dor de cabeça, de mau humor, com dor nas pernas - meu problema de circulação é crônico, tenho varizes desde a adolescência e já operei 3 vezes, mas agora está mais difícil de tratar pq tem associado o problema das manchas da esclerodermia. Em resumo: velhice. São os 40 anos, a idade começa a pesar. Coitado do Edson, que tem trabalahdo 24h e ainda teve que me aguentar azeda. Só melhorei depois de uma noite de sono inteira, me sentindo no limite das forças.
Nesta 2a e 3a feira, estou cuidando da burocracia da vida. Pagando impostos, organizando documentos, falando com o contador, mandando o notebook para o conserto e tendo que reinstalar todos os bancos e emails na máquina que foi reinstalada com o tal do Windows 8, que teve um bug logo na primeira atualização. Passei tendo que contratar um despachante para resolver problemas com o Detran, providenciando procuração para um contador em Porto Alegre resolver pendências na Receita Federal, marcando médico para mim, buscando exames no laboratório, contratando um transporte escolar para a Elena, indo ao supermercado. Chatices, mas trabalhar e lidar com a rotina, acreditem, me faz um bem danado. Uns diazinhos longe do hospital e já me sinto um pouco mais normal. Viva o dia a dia!
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